"Apenas" sideman ou bass hero??? A resposta do Serginho Carvalho...

Compartilho aqui com os amigos a reflexão do meu amigo Serginho sobre esse tema na revista (portal) Cover Baixo http://www.coverbaixo.com.br/#!entrevistas-serginho-carvalho/c12sj Tenho a mesma opinião do Sérgio: menos é mais. Menos ego e mais música. É preciso encontrar prazer na simplicidade, na generosidade e na percepção de que o silêncio também faz parte do contexto musical. Abaixo reproduzo as respostas dele para o tema: 

Cover Baixo: Você se destaca como sideman de diversos artistas. Nunca teve a ambição de ser o cara da frente?

Serginho: Escolhi o contrabaixo pela função poética dele em si, que é a de acompanhamento de calçar a harmonia ou o ritmo. Não que não seja um instrumento solo - hoje há inúmeros baixistas solistas pelo mundo inteiro. Mas eu me apaixonei mesmo pela função do contrabaixista. Eu sempre gostei de acompanhar.
 
Ser o centro das atenções, ter um trabalho solo, nunca foi a minha maior ambição. Com o tempo, com a experiência que adquiri ao longo dos anos, a música foi se mostrando mais definitiva e meu olhar é justamente tocar a música que me emociona, que me leva para lugares onde lembre da minha infância, das minhas primeiras histórias: primeiro contato com o rio, o mato, a areia, a brincadeira de rua, as comidas da avó.
 
Cover Baixo: Você tem esse sentimento também quando compõe uma linha de baixo para outro músico ou apenas no seu trabalho solo?

Serginho: Eu sempre tive muito respeito pela música do outro. Pode até pintar um espacinho onde eu possa fazer uma frase para mostrar serviço, mostrar que tenho esse vocabulário todo. Há 15 anos eu já fui mais assim (querendo mostrar sua técnica), mas de uns 10 anos para cá eu fui entendendo e curtindo mais essa coisa de servir mesmo a música simplesmente pelo que ela precisa. Eu nunca tive gana de ser o centro das atenções para me satisfazer. A experiência foi me mostrando que, no meu caso, eu não precisaria virar um bass hero. 

Acho que a música é tão maior que um indivíduo que fico até envergonhado se alguém me chamar de bass hero. Eu me considero um músico que tem um foco muito sério, que entendo as minhas deficiências técnicas e musicais e tento, com meu amadurecimento hoje, focar na melhora naquilo que eu sinto dificuldade.
 
Eu poderia ter montado uma banda de fusion para descer o dedo, mas do lugar que eu venho, da minha história de vida, da música que me toca, nunca foi uma coisa que eu pudesse expressar ali a minha verdade musical.
 
Hoje estou muito mais interessado em compor para que as músicas apareçam como um todo, do que apareça isoladamente a minha composição como um baixista especial, diferenciado tecnicamente.

Isso fica bem claro ouvindo ele tocar.
Acho ele sensacional e todas as vezes que vi ao vivo não fiquei menos do que muito bem impressionado.

E complementando o que ele fala sobre acompanhar....

Senti a mesma sensação quando comprei meu baixo de 4 cordas, pois sempre toquei com 6. E percebi que a musica fica mais groovada sem dúvida!

Não sou muito fã desse lance de solar...
Rola e muito, mas com banda....a concepção de baixo é simplesmente "Chão".

pronto!

Um dos meus baixistas Brasileiros favoritos...

Me desculpe a curiosidade mas o que a quantidade de cordas tem a ver com isso.
O problema não é o 6 cordas mas sim como você encara o instrumento....

Fernando Zadá escreveu:O problema não é o 6 cordas mas sim como você encara o instrumento....

Fato.

Zadá!

No meu caso...varias pessoas já até me ofenderam aqui, mas repetindo NO MEU CASO, me sinto muito limitado com o de 4 cordas e acabo sendo mais simples.

Enxugando mais as coisas e isso consequentemente groova mais com a banda.

Se com você é a mesma coisa....show! Mas eu me sinto assim e com um de 5 cordas nem toco. Não consigo!

Serginho é top alguns falam (Ney Neto kkk ) que é o Nathan East brasileiro economico a nota certa na hora e lugar certo

eu concordo com isso

Boa Matéria, nunca tinha ouvido o serginho, já fez sideman com quem ?

Juninho Sampaio escreveu:Zadá!

No meu caso...varias pessoas já até me ofenderam aqui, mas repetindo NO MEU CASO, me sinto muito limitado com o de 4 cordas e acabo sendo mais simples.

Enxugando mais as coisas e isso consequentemente groova mais com a banda.

Se com você é a mesma coisa....show! Mas eu me sinto assim e com um de 5 cordas nem toco. Não consigo!

Não se sinta ofendido mas como você mesmo respondeu o problema é contigo. Também curto groovar com 4 cordas mas não acho que ele tem nada de diferente quanto um de 6 a não ser quantidade de cordas. Mas pra muita gente a vibe do instrumento, me incluo nessa de leve, interfere mesmo na hora de tocar.

DDC escreveu:Boa Matéria, nunca tinha ouvido o serginho, já fez sideman com quem ?

Djavan e mais uma penca de gente. Conheci ele numa gig de evento com o Léo Gandelman e ele roubou o show.

Quando ele tocava com o Max de Castro então!!!

Só groove!

Ele tocando com o Max Viana. O timbre do baixo está matador!

Fico impressionado como a personalidade de alguns músicos refletem na musicalidade, lendo as palavras que ele respondeu na entrevista fica claro isso, o cara é original... Admiro a musicalidade do Serginho há muito tempo, músico formidável !