O país de Karnal, Pondé e Monja Coen

hj em dia o mínimo de 'sensatez' é exageradamente louvada

Amigão... Diz o ditado:
Eu terra de cego, quem tem um olho é rei.

Tal situação não é nova, pois as citadas personagens me fazem lembrar do homem que sabia javanês......

Acredito que vivemos um tempo, onde o "pensamento" é cada vez mais ausente da rotina humana. A velocidade da informação e a facilidade de acesso, criou esse monstro.

Então qualquer nova ideia, ou ideias diferentes, se tornam mais valiosas à ótica comum. E vão se criando os mitos...

Mundo "coach", onde tem que ter alguém para resolver seus problemas!

bodhan escreveu:Mundo "coach", onde tem que ter alguém para resolver seus problemas!

Era exatamente esse termo que eu pensei quando li a postagem, são os coaches..

Perdoe-me discordar. Os três citados, com o Clóvis de Barros Filho, são pessoas com sólida formação. Os três, na área acadêmica, e a Monja, na formação de sua linha religiosa (sendo importante num país onde qualificação para ser um líder religioso é bem contestado).

Dito isso, confirmo que os três têm destacada produção acadêmica (experiencia didática, de orientação, e publicação acadêmica). Todavia, entendo que sim, todos estão seguindo um caminho de popularização dos seus temas. Claro, podem ser encarados como auto ajuda, afinal, é um texto mais simplificado, de aeroporto... Isso reduz a qualidade literária? Sim! Para estes produtos, sim. Mas, todavia, não podemos reduzir os indivíduos como intelectuais a uma bela de uma bosta. Isso eu não concordo.

Hoje, vendo pessoas inteligentes e qualificadas seguindo ideias rasas e de baixo valor intelectivo é realmente sofrível. Entendo que "baixar o nível" para atingir estas pessoas presas em suas bolhas é necessário. É necessário resgatar o debate intelectual nacional do esgoto, e para isso, temos que descer até ele. Simplificar é preciso.

^ Minha dúvida é se eles estão conseguindo fazer este resgate ou se estão se perdendo, nesta estratégia.

allexcosta escreveu:

Zubrycky escreveu:Tal situação não é nova, pois as citadas personagens me fazem lembrar do homem que sabia javanês......

Essas pessoas sempre existiram, mas a sociedade as tratava com desdém.

Hoje são símbolos do mais alto poder de raciocínio lógico do país.

Au contraire, mon ami.

Entendo o seu ponto de vista mas, me atendo exclusivamente ao "Homem que sabia Javanês", personagem principal deste conto está muito longe de ser alguém tratado com desdém pelos demais (isso não acontece em nenhum momento da história).  

Esta obra do genial Lima Barreto é uma crítica justamente contra este tipo de impostores e contra a glorificação deles pela sociedade.