Processo de colagem de escala

Tenho percebido que a fabricação dos braços da Fender antigamente era diferente. Atualmente a parte da escala que é colada no braço é plana. Mas como mostra a figura abaixo, antigamente já era curvada.

Então por pura curiosidade histórico-científica, pergunto:

1. a curvatura era feita no braço (maple) e a escala (rosewood) era fina o suficiente para ser curvada durante o processo de colagem ou curvada antes (como laterais de violão, por exemplo)?
2. os fret slots eram feitos após a escala colada, devido a espessura ser pequena?
3. substituir uma escala dessas é um inferno? hehehehe

Boas perguntas... também não sei não Sr.

Só para adicionar mais uma:
4) A escolha de madeira diferente para a escala se deve a que? Alguns instrumentos o entrastamento é feito direto no braço (sem madeira colada para escala).

HSN, continuando a pesquisar, encontrei no fórum da Fender algumas respostas, mas não todas.

http://forums.fender.com/viewtopic.php?f=6&t=61169

Pelo que entendi, eles só fabricavam baixos em uma peça de Maple SEM tensor. Como viu que não era viável não usar tensor, para não mudar muito o processo fabril, começaram a instalar o tensor na parte traseira e fechar com a "faixa de gambá".

Com o passar dos anos, alguns músicos solicitaram escalas de rosewood. Ainda com a ideia de não mudar muito o processo fabril, passaram a usar o rosewood "folheado" na escala. Assim ficou até 1966.

Mas as perguntas sobre como eram instaladas ainda permanece

As escalas das guitarras eram stratocaster entre 58 e 62/3 eram feitas com uma peça mais grossa de jacarandá(rosewood) colada sobre o maple e tinha o ângulo esculpido (7.25').
Para economizar madeira, passaram a usar uma fatia fina de rosewood colada sob o maple já com raio de 7.25" (veener).
A diferença é apenas para economizar rosewood.
O som da duas técnicas é um pouco diferente.

De fato o uso das Slab board e veneer board variaram no tempo e de acordo com o instrumento (strato, jazz bass, mustang e etc).

Mas sobre a colagem, a lâmina é feita plana e dobrada no processo de colagem?

slab não, veneer sim.
O slab e cortado depois de colado, gastando mais rosewood pela espessura e corte.

Hsn,pelo que eu li,os músicos estavam reclamando que a escala de Maple estragava o verniz com o tempo, ficando feia. Para contornar esse "problema" passaram a usar a escala de Jacarandá.

Uma vez que fui em uma luthieria aqui, o luthier me mostrou um violão que ele estava reformando. A região da escala mais próxima ao nut, entre as cordas, estava muito escavada, com buracos mesmo... disse que era de um cara que morava no sítio e que esse "fenômeno" ocorre devido ao não costume de aparar as unhas da mão esquerda (ou da direita, se o músico for canhoto)...
Outra razão para ter escavado tanto foi o tipo de madeira, que parecia ser pinus. Se fosse uma madeira mais dura, talvez tivesse durado mais.

Então, na minha opinião, a escolha da madeira para a escala também tem a ver com durabilidade e resistência física ao braço (para fazer contra-tensão às cordas).

gfassuncao escreveu:Hsn,pelo que eu li,os músicos estavam reclamando que a escala de Maple estragava o verniz com o tempo, ficando feia. Para contornar esse "problema" passaram a usar a escala de Jacarandá.

Sim, isso é fato.
O que hoje chamam de "relic" não era lá bem "aceito" no passado...

HSN escreveu:Uma vez que fui em uma luthieria aqui, o luthier me mostrou um violão que ele estava reformando. A região da escala mais próxima ao nut, entre as cordas, estava muito escavada, com buracos mesmo... disse que era de um cara que morava no sítio e que esse "fenômeno" ocorre devido ao não costume de aparar as unhas da mão esquerda (ou da direita, se o músico for canhoto)...
Outra razão para ter escavado tanto foi o tipo de madeira, que parecia ser pinus. Se fosse uma madeira mais dura, talvez tivesse durado mais.

Então, na minha opinião, a escolha da madeira para a escala também tem a ver com durabilidade e resistência física ao braço (para fazer contra-tensão às cordas).

Outro fato.
Escala tem que ser de madeira dura, e, no Brasil tem um monte delas: ipê, maracatiara, muirapiranga, peroba do campo, braúna, jacarandá, canela-preta, cumarú-ferro, amarelão, roxinho, sucupira, tauarí-branco, pau-marfim, pau-ferro, pau-brasil, etc...
Agora, usar pinus em escala eu nunca ví...