Woodstock - Foi isso tudo que falam ou foi apenas 1 final de semana?

Não estive lá. Afinal tinha 9 anos na época.
Mas acho que o aconteceu lá mudou o mundo e me mudou também.
Foi muito mais que 1 final de semana. Foi o ínício da era de Aquários, onde ser era mais importe do que ter e paz e amor era mais que um lema, era uma filosofia de vida.

O texto do blog do meu amigo Maurício Domene abaixo me deixou emocionado.
Vale muito a pena ler.

http://estudionext.com.br/40-anos-do-fe ... woodstock/

Não foi só um fim de semana... Foi o melhor fim de semana... O mundo mudou? Com certeza muito, ou talvez, muito pouco, mas no fim, isso não importa não. Os sonhos de toda uma geração foram explicitados não só em Woodstock, mas também no Isle of Wight e no Woodstock holandês cujo nome agora esquecí...
The Who, Hendrix, Janis, Joe Cocker, Shankar, Baez, Santana (antes de descobrir a guitarra sabiá e virar um chato pop), Canned Heat, Grateful Dead... Quem não queria estar lá?
Sou amigo de gente que foi ao Isle of Wight, (que teve muitas atrações em comum com o Woodstock...) como Arnaldo Brandão e Gustavo Schroeter. Eles dizem que foi mágico, e que não dá para explicar, pois não era somente o sentimento de shows de rock... No meio de toda aquela loucura, havia muita gente sóbria, envolvida em causas sociais, política, leis ambientais etc... Enfim, acho que o grande mérito, é que a música era um meio para aquelas pessoas. Havia motivo por trás daqueles acordes. Era produto, mas era menos produto.

Como estrutura de festival foi uma porcaria, com certeza quase todos nós já estivemos em eventos mais bem organizados, com mais higiene, onde não tinha gente furando as veias pra injetar heroína na frente de todo mundo e não tinha nenhum ménage à trois, à quatrois, à quintois acontecendo à luz do dia no meio da lama. Como representação cultural marcou uma geração e uma época. Que pena que algumas das mesmas pessoas que estavam lá com suas camisetas "paz e amor" hoje acham o máximo bombardear o Iraque.

Concordo com o Alex... Não teve mesmo organização nenhuma, foi o caos nas rodovias de acesso. Quem estava lá, não conoseguiu sair, e quem estava na estrada, não conseguia voltar... Choveu muito, gente se machucou, não havia estrutura para atendimentos médicos... E também é verdade, muita gente que se vestia de paz e amor, décadas depois foi eleitor do Bush, assim como no Brasil, em quas netas das feministas que lutaram pelos seus direitos, e pelo reconhecimento da mulher na sociedade, exigindo respeito, são as que hoje rebolam até o chão, sem nenhum pudor...
São coisas da sociedade. Lamentável!

Apesar de saber do valor que isso tem, tenho cá minhas dúvidas em crer que o saldo foi positivo...
Tenho medo até de pensar assim por parecer muito reacionário, mas quando reflito um pouco, realmente acho que muito do que é péssimo hoje tem lá (não só no festival, mas na época, na ideologia) suas raizes.
Sei lá... é o que penso

Eu sei lá... Acho que vamos achar um monte de culpados no processo de degradação de valores e falência das sociedades. Todos podemos falar muito sobre o assunto, vemos jornais, ouvimos rádio, temos a internet... Não sei se dá prá achar fácil um culpado. As coisas ruins que aconteceram em Woodstock continuam acontecendo todo dia. Hospitais sem médicos, prostituição nas esquinas, nas praias, nas festas, no carnaval, nas micaretas, uso de drogas em todos estes lugares também, apologia explícita aos maus costumes... A tv está cheia de maus exemplos. Qualquer um pode vê-los facilmente nos domingões daquele gordo bobo... Hollywood passou décadas ensinando o culto americano às bebidas e ao cigarro, isto muito antes de Woodstock.
Não discordo de ninguém que tenha outra opinião entendem? Até porquê o festival que gerou este debate só é importante para quem como eu, se identifica com aquela cultura e aquele som.

Perfeitas colocações. Mas o espírito ao meu ver era realmente nobre: Paz e Amor.
Isso são valores mais nobres que violência e exploração por exemplo, que é o que mais impera.
Lógico que muita coisa que veio junto não era boa (no caso as drogas, as permissividades excessivas, a desorganização, etc).
Mas olhar o próximo e considerá-lo antes de tudo um irmão e não um inimigo é uma grande coisa.
E não acho que esse mesmo pessoal é que tornou o mundo o que é hoje. Na realidade esse pessoal era a excessão.

É como nós, nesse fórum. Somos uma excessão. Até mesmo entre os músicos de maneira geral acontece competição, por exemplo.

Concordo com o Maurício.
Pode se usar qualquer coisa para um fim nobre ou nem tanto, vai do livre arbítrio de cada um. A filosofia era válida e isso já torna o festival algo que valeu a pena IMO.