Poucos luthieres?!?!

Sabemos que o baixo acústico é um instrumento com menos adeptos em relação ao baixo elétrico.
Participo de um fórum de violão também.
Impressionante como nos últimos anos se deu um boom de novos luthieres tanto de violão concertista como de baixo elétrico.
Mas o baixo acústico temos pouquíssimas opções, isso vale o mesmo para os uprgihts elétricos como os do Germano.
Diante desse mercado de pouca concorrência ao conversar com um colega já ouvi que os preços do Eliel já subiram consideravelmente.
Uma pena que temos poucas opções para o vetical (tanto acústico como elétrico).
Que eu me lembre o último luhtier que surgiu no mercado foi o Eliel.
Os colegas tem conhecimento de novos luthieres nessa praia dos verticais?

O "problema" é que a formação de um Luthier especializado em acústico, leva muito mais tempo, e é um pouco mais complexa do que para um Luthier de Elétrico. As linhas de estudos e técnicas são completamente diferentes. Um Luthier de acústico faz pelo menos 80% do seu trabalho de forma braçal. Acompanhei a construção do meu baixo com os vídeos que o Eliel fez, e praticamente só as lixas e o trabalho do braço foram feitos de forma mecânica, todo o restante foi feito na "unha".

Quando visitei a M.Laghus em Salvador, vi que o Jacimário fecha uma linha de produção com 8 instrumentos para um período de 4 meses. O Germano por exemplo, consegue te entregar um baixo vertical em 2 meses. Esses prazos são inimagináveis para um Luthier de acústico. O meu levou quase 10 meses pra ficar pronto!

Outro fator são os valores dos kits de madeira. Um Kit de Abeto Classe C, hoje está saindo em torno de 12 mil Reais, fora a mão-de-obra do Luthier. Um baixo com o Andrea Spada, que utiliza Kits Classe A, começa na faixa de 22 mil Reais, fora mão-de-obra.

Então, na minha opinião, essa junção de fatores (curva de aprendizado, tempo de construção e preços de bons kits de madeira), acaba "assustando" e afastando profissionais que tenham interesse na Luthieria de acústicos. Por isso eu acho que existe essa enorme diferença.

Conheço Luthiers que trabalham há muitos anos com regulagens e manutenções em Acústicos, mas até hoje não se arriscaram a construir um, e quando questiono o motivo, o texto é quase sempre o mesmo: "É complicado demais, requer uma dedicação e estudo fora de alcance".

Veja bem, em hipótese alguma eu estou dizendo que Luthieria de elétrico seja fácil ou tranquilo de aprender, até porque eu conheço essa arte bem de perto, já fiz várias visitas as vários ateliers pelo Brasil. Mas, aqui no Fórum mesmo nós temos um bom exemplo, de um usuário que um belo dia acordou e disse: "Vou construir um baixo", e fez! Apanhou muito no primeiro projeto, mas no segundo obteve sucesso. Ainda não vi ninguém que tenha se proposto a fazer o mesmo com relação ao acústico.

EDIT:

O Eliel não surgiu recentemente. Ele pertence a familia dos proprietários da Nhureson, que não por coincidência fica ao lado do Atlier dele. O Eliel construiu durante muitos anos pra Nhureson, mas o seu nome só veio pro mercado quando ele se desligou da empresa e abriu o próprio Atelier. Ele ainda continua produzindo material pra Nhureson, só que agora com assinatura própria!

Cláudio, mas mesmo o verticais como o do Germano, antes tínhamos o Eliézer que parou de fazer e o DiCarmo que parece também que não faz mais.
Quem hoje no Brasil faz baixos verticais elétricos como o Germano?

^ Eu só conhecia os dois que você citou... acho que atualmente, com a qualidade e projeto top de linha, só o Germano. (pelo menos dos que eu conheço).

Aqui em Curitiba tem surgido muitos Luthiers, dos antigos temos o Castellis para instrumentos elétricos e o Mombach para acústicos e clássicos e outros dezenas, mas de um tempo para cá tem surgido muitos por causa do curso de Luthieria da UFPR. Todo ano se forma uma turma.

Levei meu baixo em um luthier que foi da primeira turma de formados.

Aqui em são joão del rei direto aparecem luthieres especialistas em cordas (de arco); com todos eles o discurso é o mesmo quando se trata de contrabaixo: Ah, não vale a pena/ é muito diferente/ necessita de mão de obra muito especializada/ é muito trabalhoso, etc... mesmo para pequenos consertos estruturais eles fogem ou cobram os olhos da cara...
é f***

Aqui em guarulhos tem um luthier, fabicação de violinos e contra baixo, mas nunca fui visitalo, até por que não toco o acustico.
Mas pensano pelo lado que o Claudio falou, mesmo não sendo mais facil a construção de um baixo elétrico, só com o valor de matéria prima de um baixo acustico, ja se fabrica uns dez elétricos.

Claudio disse tudo....