Alexandre Costa, o Tio (allexcosta)

Esta é a segunda "homenagem" que faço aos baixistas brasileiros, desconhecidos por muitos de nós, e principalmente, que participam deste Fórum.

O nome da vez é o de Alexandre Costa, o 'nosso' Tio, ou para os mais desavisados, allexcosta - administrador deste.

Como não consegui um vídeo e nem tinha como produzir um, enviei ao Allex, algumas perguntas básicas sobre sua vida e sua experiência como contrabaixista e músico profissional.
As informações, de modo geral, se encontram espalhadas pelo Fórum, mas como é comum à minha pessoa, quis organizá-las em um só lugar para facilitar a consulta de quem não o conhece e quer aprender com quem tem muito a ensinar.

. A 'entrevista':

1) Conte um pouco de sua infância. Onde você nasceu? Onde viveu?

Nascido e criado em Salvador - BA. Já morei 1 ano no Mato Grosso do Sul, 1 ano em Minas Gerais, 4 anos na região de Boston e 5 anos na região de Miami.

2) Com quantos anos descobriu a música? Onde e com quem? Como foi esta experiência?

Salvador é uma cidade muito musical. Meu irmão tocava cavaquinho com afinação de bandolim e com 9 anos comecei a aprender algumas músicas. Aos 12 comprei um violão e acompanhava as músicas que tocavam no rádio.

3) Como foi sua descoberta do contrabaixo? Quantos anos tinha? Conte-nos sobre isso.

Quando tinha 13 anos de idade alguns amigos bateram na minha porta dizendo que a banda deles precisava de baixista. Nem sabia direito o que o baixo fazia, mas disse que tudo bem. Depois disso comprei meu primeiro baixo e foi meu instrumento desde então.

4) Como foi sua educação ou aprendizado do contrabaixo?

Estudei violão clássico na Universidade Católica de Salvador e Composição e Regência na Federal da mesma cidade. Nunca estudei baixo formalmente.

5) Quando decidiu ser músico profissional ou seguir a carreira de músico? O que te motivou a tomar esta decisão? E o que fez ou passou a fazer para conquistar este “status”?

Quando comecei a tocar já foi de maneira profissional, viajando e sendo pago para tocar. Não foi uma decisão tomada, tampouco fiz algo para atingir isso.

6) Como foi sua vida a partir do momento que decidiu seguir a carreia de músico profissional? O que teve que abandonar e o que teve que incorporar ao seu dia-a-dia? Já viajou para o exterior para tocar? Como foi? Faça um paralelo entre suas experiências no Brasil e no exterior.

Como disse, não decidi ser músico profissional, simplesmente aconteceu durante uma época. Terminei abandonando o curso superior de Física pois viajava bastante e não conseguia comparecer às aulas.
Fora do Brasil já toquei na Bolívia e nos EUA, país para o qual me mudei justamente para tocar em um grupo de música Brasileira. A diferença entre o Brasil e os EUA é grande. As bandas Brasileiras tem muito mais estrutura. Qualquer banda que toquei no Brasil tinha contra-regra, iluminador, técnico de som, motorista, etc... Nos EUA é a galera da banda que dirige, monta o som, opera, faz a iluminação, carrega tudo, etc, a não ser que seja uma banda muito famosa.

7) Como é (era) sua rotina diária? Você tem um plano de estudos? Se sim, como é e por quê? O que você recomendaria como pontos mais importantes a serem abordados em uma rotina de estudos? Em sua opinião, quais são os pontos importantes para ser um músico profissional respeitado? E o que não se deve fazer/agir de jeito nenhum? Se fosse um produtor, que tipo de baixista procuraria contratar?

Quando estudava costumava equilibrar estudos simples de técnica a tocar junto com gravações que gosto ou músicas que as bandas locais estão tocando.
Um músico profissional precisa ser rápido, preciso, fácil de conviver e não "dar trabalho" para a produção. Esse é o tipo de músico que todo mundo quer contratar.

9) O que se deve levar para um show – um baixo ou mais? Encordoamentos, cabos – quantos? Partituras/cifras das músicas, mesmo se sabe de cor?

Isso é muito pessoal e depende do tipo de gig que a pessoa faz. O básico é baixo, cordas, cabos, afinador, correia, jogo de ferramentas de regulagem e as parts/cifras. É sempre bom ter um sobressalente de cada ítem citado. Levar amp ou não depende da gig.

10) Como você vê o mercado para o baixista profissional? Que “preço” o “candidato” deve estar disposto a pagar?

Acho bastante incerto, pois há muito músico por aí e é uma classe pouco unida. Tem baixista tocando por qualquer dinheiro ou por um jantar e uma cerveja no final do show. Isso desvaloriza o trabalho de todos e os cachês caem muito. É óbvio que depende muito da região também. Acho que o músico tem que se dar valor e procurar sempre se aprimorar.

11) Seu setup predileto e seu setup dos sonhos. Explique o porquê de suas escolhas (leve em consideração seus conhecimentos técnicos/práticos sobre o assunto).

Entre baixos gosto de Fodera, Lakland, Mlaghus, S.Martyn e alguns outros. Amp é GK, caixa é Bergantino. Os baixos citados tem boa tocabilidade e som. Os amps GK trazem o som que tenho na cabeça pronto. Cabs Bergantino tem um som limpo e equilibrado e suportam muito abuso. Já faz tempo que tenho equipamentos de qualidade e, apesar de me deixar mais à vontade, não substituem técnica e estudo.

12) Considerações finais a seu critério – dicas, conselhos.

Suba um degrau de cada vez, estabeleça objetivos de curto, médio e longo prazo e não perca o foco.
Compre o equipamento razoável que o dinheiro possa pagar e estude bastante, pois o estudo fará muito mais diferença no seu som que qualquer baixo ou amp caro.

. Alguns sons:













- Vídeo-aulas:

Grande Baixista!! um dos melhores no Slap que eu já vi (ouvi), grooveiro de mão cheia

Eu tava nesse workshop de slap e no de ritmos latinos... esse cara é sinistro!

Muito bom.

Qual foi seu primeiro baixo, que vc disse que comprou pra entrar na banda?

^ http://www.contrabaixobr.com/t14219-o-primeiro-baixo-a-gente-nunca-esquece

Parabéns pelo tópico e obrigado ao Alex por tudo que faz por nós aqui no forum.

Allex é f***!
Nos poucos 5 minutos que pude conversar com ele no encontro nacional, pude perceber como ele é gente boa. Além de tocar muito.

Estava faltando esse tópico mesmo...valeu Tarcísio...Allex é o cara sem sombra de dúvida...

Tarcísio Caetano escreveu:Como não consegui um vídeo e nem tinha como produzir um, enviei ao Allex, algumas perguntas básicas sobre sua vida e sua experiência como contrabaixista e músico profissional.
As informações, de modo geral, se encontram espalhadas pelo Fórum, mas como é comum à minha pessoa, quis organizá-las em um só lugar para facilitar a consulta de quem não o conhece e quer aprender com quem tem muito a ensinar.

desde q entrei p/ este forum, tive curiosidade de conhecer a historia da relacao de varios membros daqui com o contrabaixo, como, por exemplo, o allex, o zada, o ivan, o korg, a voila, o lukinhas..., por acreditar q o compartilhamento experiencias de vida eh uma grande licao, mas, nunca, tive coragem de perguntar a eles isto.

tarcisao, esta eh mais uma iniciativa muito bacana sua. muito obrigado!!

Caramba!!!!!
Excelente tópico!!

2

Engraçado que quando entrei pro fórum achava o tio meio marrento.
Não tenho vergonha nenhuma de admitir:

ME ENGANEI REDONDAMENTE.

Trata-se de um ser humano bom e generoso, verdadeiramente do bem, com um senso de humor refinado e inteligente, quase beirando o sarcasmo.Mas sem nunca perder a inteligência e o "timer" das coisas.

Demorei um pouco pra entender como ele pensava e reagia, pelo menos aqui no Fórum.

Mas hoje posso dizer:
Sou fanzão desse cara.

Bacana mesmo o tópico... parabéns Alex!

Lembro que a primeira vez que vi Allex tocando, foi numa visita à M.Laghus. Mesmo só testando instrumentos, fazia o tal do Slap parecer algo banal, simples demais. Fora o conhecimento sobre madeiras, construção e outros. Conversar com esse Baiano é de impressionar, é uma enciclopédia ambulante!

Agora... Físico e Violonista Clássico, jamais imaginei!

Bela homenagem

Sou fã desse cara.

SHIP ROOM ESTUDIO escreveu:(...) sem nunca perder a inteligência e o "timer" das coisas.

O Timer das coisas ele perder sim... direto por sinal! Tem dia q tem q explicar umas 3 vezes pra ele entender o q vc quis falar! KKKKKKKKKKKK

Não o conheço pessoalmente, mas o cara toca muito... Dá vontade de desistir de tocar baixo depois de ver esse vídeos... sniff!!!

Muito bacana mesmo... Allex sabe o que faz com um baixo nas mãos!

pegando carona na entrevista do tarcisio: alex, vc planeja voltar a trabalhar como musico profissional? em caso afirmativo, vc tem algum projeto musical proprio q deseja realizar?

Reconhecimento mais que justo. Temos que reconhecer os talentos que temos no nosso país,os musicos,atores...etc.... Aproveitando a ocasião, vamos homenagear os luthieis brasileiros, temos verdadeiros diamantes no nosso país.... Abraços a todos.

Verdadeira enciclopédia do Contrabaixo, na boa se fosse luthier com esse conhecimento, como sairia obras primas, mas o cara virou músico e nos brinda com grooves e slaps fenomenais, na boa ele ta engrandecendo a luthieria nacional

Grande Allex!!

Estou aprendendo muito com ele!!!
Parabéns pelo tópico!

Mauricio Luiz Bertola escreveu:Muito bacana mesmo... Allex sabe o que faz com um baixo nas mãos!

(2)

Agradeço a todos pelas palavras e ao Tarcísio pela iniciativa que me pegou de surpresa...

Obrigado mesmo...

Acabei de ouvir com calma todos os vídeos da Funk Machine (Assistirei os workshops depois) e o que posso dizer é parabéns, Allex!

Que som maravilhoso! Que groove!

Eu não sei tocar nem um décimo do que você faz (Nossos estilos são diferentes), mas ouvir o Funk Machine me fez querer aprender.

Mais uma vez, parabéns!

Parabéns Allex, vc merece o reconhecimento de todos nós.

fiquei curioso por duas coisas, uma tenho quase certeza que não responderá.

1- O que virou o grupo que vc foi tocar nos EUA, ainda existe, só vc saiu do grupo, vc ficou muito tempo nesse grupo, ou aproveitou a chance de estar nos States para tentar outras formas de ganhar a vida?

2 - Quantos baixos vc tem?... essa é dificil responder....rsrs

abç... Allex

Parabéns Allex!!
é sempre bom ler sobre músicos como você cara, que sempre tem algo a nos acrescentar.

Muitos dias de grave

Muito legal! Allex, voce disse que estudou violão clássico e composição e regência em universidades. Já chegou a trabalhar como compositor ou tocando música erudita?

Maurício_Expressão escreveu:Não o conheço pessoalmente, mas o cara toca muito... Dá vontade de desistir de tocar baixo depois de ver esse vídeos... sniff!!!

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Luanmn escreveu:Muito legal! Allex, voce disse que estudou violão clássico e composição e regência em universidades. Já chegou a trabalhar como compositor ou tocando música erudita?

Não. Violão rolou umas apresentações na escola mesmo. Entrei no curso de composição mais pela parte da teoria.

Grande figura e grooveiro nato.

Waw! muito boa a entrevista, Valeu Allex e Tarcisio!

toca muito mesmo esse sr. Allex ... kkkkk

parabéns e sucesso !!!

Tive a honra de conhecer pessoalmente o Allex! Homenagem mais que justa. Querendo ou não, o Alex faz parte da história do contrabaixo no Brasil!

Parabéns..

O conhecimento do Alex sobre o contrabaixo em geral sempre me impressionou, mas eu não fazia a mínima ideia de sua trajetória formal/acadêmica e profissional, uau! Saber disso eleva ainda mais o nível deste fórum para mim. Bacana demais! De hoje em diante, serei um pouco mais criterioso na hora de retrucar qualquer oposição do "tio" sobre o uso de pedais de efeitos no contrabaixo!

Parabéns por mais esta bela iniciativa, Tarcísio!

Parabéns e obrigado ao Alex pela administração deste fórum, especialmente pela paciência e conhecimento compartilhado!

JAZZigo escreveu:Parabéns e obrigado ao Alex pela administração deste fórum, especialmente pela paciência e conhecimento compartilhado!

Que paciência?

^
kkkk
Pelo descumprimento de regras, ausência de netiqueta, posts e tópicos fúteis, picuinhas, reincidência de erros por parte dos membros (eu inclusive) e todo tipo de coisa inerente à administração de um fórum aberto como este.

Bom dia! Parabéns ao Tarcísio pela iniciativa e cumprimentos especiais ao Allex, que realmente sabe o que faz com o contrabaixo. Fico navegando pelo fórum atrás de informações e nas questões mais técnicas o Allex sabe ponderá-las com precisão, sinal de quem sabe, e muito. Agradeço ao curso relâmpago de slap, que para mim está sendo muito útil. Parabéns, mais uma vez.

Eu é que não entro em contraversão com o TIO
Esse menino aí sabe o que fala!
O que eu mais gosto é ver os novatos batendo de frente com ele

Parabéns !

n é atoa que vc consegue viver de musica

Tarcísio Caetano escreveu:

nos EUA, país para o qual me mudei justamente para tocar em um grupo de música Brasileira. A diferença entre o Brasil e os EUA é grande. As bandas Brasileiras tem muito mais estrutura. Qualquer banda que toquei no Brasil tinha contra-regra, iluminador, técnico de som, motorista, etc... Nos EUA é a galera da banda que dirige, monta o som, opera, faz a iluminação, carrega tudo, etc, a não ser que seja uma banda muito famosa.

-não sabia que era assim no Brasi!até motorista! o melhor que eu consigo aqui em NYC é uma carona se estiver abaixo de zero com muita neve...

Parabéns! gostaria de um dia estar presente em um destes workshops, nota 10!

Parabéns,
Topico muito bom;
o Allex é um Mestre cara!

É... até que ele toca bem.  

      

vou deixar aqui os meus “2 cents”, um grande musico que tive a honra de conhecer, pelas gigs da vida aqui nos USA, muito talentoso na arte de tocar um instrumento, , Alex e baixista, guitarrista, percusionista, arranjador, negociante, cozinheiro, tio, Pai, amigo, irmão, psicólogo… e por ai vai, Alex conhece e domina como ninguém a arte da tranquilidade, humildade e "Baianidade nago" AKA: Pense num cara tranquilo.
único cara que vi ate hoje descer de um avião para fazer um show sem conhecer o repertório e nao dar uma nota fora a noite toda, e pegar um baixo do case que ele nao conhece e tocar como se fosse seu único instrumento por 50 anos.
saudades Brother.

^ Poxa, belíssima homenagem, com uma dessas eu chorava...

Um cara que aprendo a respeitar a cada dia, sempre disposto a ajudar com sua experiência.


Edit: Toca pra kct!!!!!!!!!!     

Obrigado mais uma vez...   

Bons tempos, Jorgera... Ri muito naquela gig... Justiça seja feita, seu Schecter tinha dimensões e eletrônica bem similares ao meu Dean, que usei durante muitos anos. Foi meio que voltar pra casa.

Infelizmente, o "Brazilian Day" de Boston não vingou como o de NY, mas aquele que fizemos teve uma estrutura excelente.