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Movimento Gota D'água

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Mensagem por Boss2K Qui Nov 17, 2011 12:30 pm

Para ver e passar adiante, se corcordarem ...

http://www.movimentogotadagua.com.br/assinatura

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Mensagem por galegonobaixo Qui Nov 17, 2011 2:11 pm

bad gateway...saaaad...
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Mensagem por Yngway Qui Nov 17, 2011 2:16 pm

Meu F5 quase gastou aqui de tanto tentar até eu desistir. Idéia boa com projeto ruim não vai pra frente.

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Mensagem por Zehz0r Qui Nov 17, 2011 2:27 pm

Yngway escreveu:Meu F5 quase gastou aqui de tanto tentar até eu desistir. Idéia boa com projeto ruim não vai pra frente.

[2]

Mas logo resolvem, creio eu.
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Mensagem por Tarcísio Caetano Qui Nov 17, 2011 2:28 pm

Vou pesquisar...não é porque estes "rostinhos bonitos" aí, falaram este punhado de coisas, que vou acreditar, simplesmente...MUITO pelo contrário.
Mas, também, não consegui acessar para ver "minhas" perguntas respondidas...

____________________________
Finou? Tá bão. O resto é dedo - CT. Colela.
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Mensagem por Zehz0r Qui Nov 17, 2011 3:11 pm

Tarcísio Caetano escreveu:Vou pesquisar...não é porque estes "rostinhos bonitos" aí, falaram este punhado de coisas, que vou acreditar, simplesmente...MUITO pelo contrário.
Mas, também, não consegui acessar para ver "minhas" perguntas respondidas...

A primeira coisa que eu penso quando vejo esses "rostinhos bonitos" que possuem um vinculo com certas corporações é exatamente : "lá vem informação distorcida".
Mas convenhamos, nesse video eles até que foram coerentes, e o que se fala aí é verdadeiro, agora o que vem depois sempre é outra história.

Sei lá, eu acho válido dar apoio pra certas coisas, a maioria das pessoas, dentro ou fora da net, quando vêem alguma tentativa de movimento já se prontificam pra : "Balela, zoado, não vai dar em nada, só falam" e enfim, assim não rola nada mesmo.
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Mensagem por Edu Fettermann Qui Nov 17, 2011 3:24 pm

Eu já sou da posição de que alguém lucra de qualquer maneira. Se construir a usina, alguém lucra. Se não construir, alguém lucra. A questão é ver realmente o que vai prejudicar menos gente.
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Mensagem por Boss2K Qui Nov 17, 2011 6:00 pm

Tarcísio Caetano escreveu:Vou pesquisar...não é porque estes "rostinhos bonitos" aí, falaram este punhado de coisas, que vou acreditar, simplesmente...MUITO pelo contrário.
Mas, também, não consegui acessar para ver "minhas" perguntas respondidas...
Às vésperas da eleição presidencial de 2008, vencida pelo democrata Barack Obama, um grupo de artistas do primeiro time de Hollywood, reunido por Leonardo DiCaprio, gravou um vídeo, dirigido por Steven Spielberg, incentivando a população a se registrar para participar da votação – uma exigência legal nos Estados Unidos, onde o voto não é obrigatório.

A campanha dos atores americanos é citada como “inspiração” nos créditos finais do vídeo divulgado esta semana no Brasil, no qual artistas brasileiros protestam contra a construção da usina de Belo Monte.

Dirigido pelo cineasta e produtor Marcos Prado (de “Tropa de Elite”), o vídeo copia até a ideia de uma atriz tirar o sutiã – no caso brasileiro, Maitê Proença; no original, a comediante Sarah Silverman. Veja abaixo a fonte original onde o ator Sergio Marone, produtor da campanha, bebeu:

http://www.declareyourself.com/index.php?option=com_content&task=view&id=6&Itemid=3&video=3764

<iframe width="420" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/DJxfsqUsCDY" frameborder="0" allowfullscreen></iframe>

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Mensagem por Tarcísio Caetano Qui Nov 17, 2011 7:30 pm

Zehz0r escreveu:
Tarcísio Caetano escreveu:Vou pesquisar...não é porque estes "rostinhos bonitos" aí, falaram este punhado de coisas, que vou acreditar, simplesmente...MUITO pelo contrário.
Mas, também, não consegui acessar para ver "minhas" perguntas respondidas...
Sei lá, eu acho válido dar apoio pra certas coisas, a maioria das pessoas, dentro ou fora da net, quando vêem alguma tentativa de movimento já se prontificam pra : "Balela, zoado, não vai dar em nada, só falam" e enfim, assim não rola nada mesmo.

Só para evitar qualquer dúvida: Não acredito em quase nada, antes de, eu mesmo, procurar informações a respeito do assunto, a não ser, quando é algo muito específico e totalmente fora de possibilidade que eu entenda. Tenho lido e visto algumas reportagens a respeito de Belo Monte, mas não dei muita bola, até agora.
Vou pesquisar, e aí, tomo posição.

Boss2K escreveu:
Tarcísio Caetano escreveu:Vou pesquisar...não é porque estes "rostinhos bonitos" aí, falaram este punhado de coisas, que vou acreditar, simplesmente...MUITO pelo contrário.
Mas, também, não consegui acessar para ver "minhas" perguntas respondidas...
Às vésperas da eleição presidencial de 2008, vencida pelo democrata Barack Obama, um grupo de artistas do primeiro time de Hollywood, reunido por Leonardo DiCaprio, gravou um vídeo, dirigido por Steven Spielberg, incentivando a população a se registrar para participar da votação – uma exigência legal nos Estados Unidos, onde o voto não é obrigatório.

A campanha dos atores americanos é citada como “inspiração” nos créditos finais do vídeo divulgado esta semana no Brasil, no qual artistas brasileiros protestam contra a construção da usina de Belo Monte.

Dirigido pelo cineasta e produtor Marcos Prado (de “Tropa de Elite”), o vídeo copia até a ideia de uma atriz tirar o sutiã – no caso brasileiro, Maitê Proença; no original, a comediante Sarah Silverman. Veja abaixo a fonte original onde o ator Sergio Marone, produtor da campanha, bebeu:

http://www.declareyourself.com/index.php?option=com_content&task=view&id=6&Itemid=3&video=3764

<iframe width="420" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/DJxfsqUsCDY" frameborder="0" allowfullscreen></iframe>

Valeu, Boss. Não conhecia.

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Mensagem por andremega Qui Nov 17, 2011 10:32 pm

Edu Fettermann escreveu:Eu já sou da posição de que alguém lucra de qualquer maneira. Se construir a usina, alguém lucra. Se não construir, alguém lucra. A questão é ver realmente o que vai prejudicar menos gente.


Plena verdade. Mas tem um povo nesse vídeo que é reconhecidamente ativista em defesa do meio ambiente, o que, para mim, traz validade para o recado. Mas pode ser que os donos das termoelétricas surgidas na era FHC, por conta do apagão, estejam por trás disso. Vai saber...


Itaipu levantou o mesmo tipo de discussão, claro que com muito menso debate na época. Trouxe energia, fomentou a região da usina, mas acabou com outras cidades, que mesmo recebendo royalties penam até hoje para se reerguerem, pois viviam do turismo da região. Mas todas as cidades são bem estruturadas por conta desses recursos que recebem. Mas a região não era de somente mata, era mais de plantação, e o povo foi tudo plantar no Paraguai onde a terra custava 1/3 do preço. Nâo sei como o pais andaria sem tal usina.

Aliás, na época do Lula o biólogo responsável pelo canal da Piracema construído há algum tempo em Itaipu foi justamente falar em uma audiência sobre o impacto causado pela barragem no ecossistema do Rio Paraná as soluções encontradas e o porquê da construção de tal canal. Tal assunto pode não ter tido discussão suficiente, mas vem sendo debatido há algum tempo. Acho mesmo é que somos muito alheios a tudo neste pais.

Muito bem feito o vídeo, ainda mais porque pede mais tempo para discutir o assunto.

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Mensagem por leandrosf89 Qua Nov 30, 2011 11:06 am

Pra ponderar <iframe width="560" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/gVC_Y9drhGo" frameborder="0" allowfullscreen></iframe>
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Mensagem por Edu Fettermann Qua Nov 30, 2011 12:17 pm

Uma entrevista enorme, mas que vale a pena de ser lida por quem quer entender mais sobre o assunto.

Entrevista
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Mensagem por Boss2K Qua Nov 30, 2011 12:43 pm

leandrosf89 escreveu:Pra ponderar
Seria interessante ponderar com opiniões dos amazônidas e não somente dos alunos de engenharia civil e economia da Unicamp ...

No vídeo, o velho argumento trocado de que um erro justifica o outro:

"Sobre o alagamento de área verde para a instalação da usina, os alunos argumentam que a "floresta já vem sendo desmatada ilegalmente na Amazônia a troco de nenhum ganho econômico e social".

Ou seja, se Belo Monte desmatar, mas gerar ganho econômico e social, então tá perdoado ...

Além disso, essa campanha criada como "sátira" à campanha original é abrir uma discussão do tipo: Criticar uma ideia tendo em vista quem a defende? Defender uma ideia tendo em vista quem a critica? Acho que já passamos desse ponto na discussão desse assunto, né?

Bom ... pra ponderar:

"Moção da ANPOCS sobre Belo Monte

Os cientistas sociais reunidos no 35º Encontro da Associação Nacional de Pós-graduação em Ciências Sociais (ANPOCS), realizado em Caxambu/MG, entre os dias 24 e 27 de outubro de 2011, vêm reiterar as preocupações manifestadas em ofício encaminhado à Presidente da República, por 20 Associações Científicas, em maio do ano corrente, referentes ao processo de implementação do Projeto Belo Monte.

Solicitamos uma resposta àquele ofício por parte da Presidência da República. Destacamos a necessidade de atenção especial à observância dos Direitos Humanos e Constitucionais, sobretudo a consulta aos Povos Indígenas, bem como o cumprimento da legislação ambiental em vigor.

Caxambu, 27 de outubro de 2011."



Pra ponderar mais ainda (vale a leitura) ...

Qual o modelo de desenvolvimento para a Amazônia? Esta é a principal questão envolvendo a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte. Programada para ser implantada em dez anos, sendo que, nos cinco primeiros, serão edificadas as estruturas da Hidrelétrica: barragens, canais, casas de força. Os outros cincos anos serão destinados à montagem das máquinas, e o início da produção de energia, para 2015.

A comunidade internacional, com a participação do Brasil, posicionou-se sob o auspício da Organização das Nações Unidas propondo: a sustentabilidade, o equilíbrio e a equidade como elementos matriciais do desenvolvimento: “aquele capaz de satisfazer as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras satisfazerem as suas próprias necessidades” (CMMDA, 1987).

Superada a fase do debate polarizado pelo antagonismo das posições favoráveis e das contrárias à construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, sejam as abordagens focadas na viabilidade econômica do empreendimento (custo e benefício), nos impactos ecológicos, sobretudo os relacionados aos recursos hídricos, ao patrimônio faunístico e florístico da região; antropológicos, pautados em assegurar os direitos aos indígenas e às populações tradicionais; e os relacionados à logística social e urbanística.

A crise ambiental expõe à pauta internacional os limites do crescimento, sendo expressão emblemática da crise do modelo civilizatório ocidental (Becker, Santos, Leff, Sachs). A proposta de um desenvolvimento em base sustentável é apresentada em resposta à crise ambiental que emerge a partir da década de 1960, por meio do relatório do Clube de Roma, contudo a proposta do desenvolvimento sustentável não é homogênea, nem poderia ser, uma vez que está em disputa. Diferentes estratégias de sustentabilidade são apresentadas e, em alguns casos, possuem visões e interesses diferentes levando a situações de conflitos.

A população local e a sociedade paraense estão vivendo, em relação à Belo Monte, a fase do “sonho”. Propagandeia-se que a Hidrelétrica será uma ação indutora de desenvolvimento local para os municípios e regional, para a Transamazônica. Trata-se de uma possibilidade, nada mais do que isso. A obra em si não possui este poder mágico de desenvolver a região - da Transamazônica e do Xingu - em bases sustentáveis, sobretudo sem a participação “real” da sociedade local.

O governo federal emitiu autorização para o início do projeto, secundarizando a obrigatoriedade do atendimento preliminar das 40 condicionantes. A Hidrelétrica, que será a quarta maior do mundo, tem, em sua área de influência, 11 municípios, com uma população estimada em 317 mil pessoas. Provocará um processo migratório intensivo.

Num curto prazo de tempo, entre 2011 e 2012, espera-se que 100 mil pessoas migrem para a região, motivadas por oportunidades de emprego, no entanto a ampla maioria não tem a formação profissional exigida pelas empresas, é o que demonstram as experiências dos grandes projetos. Segundo o Ministério Público Federal, nenhum município tem capacidade para atender, com políticas públicas, as pessoas que chegarão à região.

Os impactos sociais de grandes obras, sejam as localizadas em grandes centros urbanos, sejam as localizadas nas cidades amazônicas, em pleno século XXI, ainda são subestimados ou negligenciados pelos Relatórios de Impactos Ambientais. Alguns dos impactos não diagnosticados nem mensurados: aumento expressivo de prostituição, consumo e tráfico de drogas, brigas, isolamentos de bairros sem infraestrutura mínimas resultando no aumento das periferias.

Atualmente, o prognóstico social é sombrio, em Altamira, com a construção de Belo Monte. Podemos dizer que a previsão de um caos social é premente, pois não existem empregos nem logística social: escolas, hospitais, saneamento, segurança pública, transporte público, ou seja, não há serviços públicos instalados para atender as pessoas que migrarão para a região. E agora?


O texto é de Manoel Alves da Silva, sociólogo, doutor pelo NAEA/UFPA

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Mensagem por Dan Qua Nov 30, 2011 1:09 pm

Edu Fettermann escreveu:Uma entrevista enorme, mas que vale a pena de ser lida por quem quer entender mais sobre o assunto.

Entrevista

Agora sim, argumentos, finalmente. Recomendo fortemente a leitura da entrevista, porque esse vídeo dos globais foi ridículo. Ignorância sobre o assunto, uso indevido da possibilidade de manipulação e influência, por se tratar de uma pessoa conhecida. Achei acima de tudo antiético.

Agora, essa entrevista, lendo o que um especialista tem a falar, expondo reais motivos, plausíveis, ainda que com uma ou duas derrapadas, na minha opinião. Agora, eu posso dizer sou contra Belo Monte e tenho argumentos que me convenceram disso. Antes eu estava em cima do muro, acabava até pendendo mais a ser a favor, porque pelo menos os que eram a favor tinham argumentos reais, plausíveis, contra a mais pura falta de argumentos de quem defendia a não construção.
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Mensagem por GusVCD Qua Nov 30, 2011 1:41 pm

Vou dar uma olhada nos links e videos mais tarde com calma.

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Mensagem por lcs. Qua Nov 30, 2011 2:21 pm

Acho um pouco extremada a visão dos "globais" aí, com algumas informações que não consigo confiar totalmente.
Visão unilateral é uma porcaria. É sempre bom ver o outro lado da coisa antes de criar uma opinião própria.
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Mensagem por leandrosf89 Qua Nov 30, 2011 4:04 pm

lcs. escreveu:Acho um pouco extremada a visão dos "globais" aí, com algumas informações que não consigo confiar totalmente.
Visão unilateral é uma porcaria. É sempre bom ver o outro lado da coisa antes de criar uma opinião própria.

É exatamente isso que eu quis dizer com o "Pra ponderar"...
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Mensagem por Boss2K Qua Nov 30, 2011 5:29 pm

lcs. escreveu:É sempre bom ver o outro lado da coisa antes de criar uma opinião própria.
scratch outro lado?

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Mensagem por lcs. Qua Nov 30, 2011 5:37 pm

Boss2K escreveu:
lcs. escreveu:É sempre bom ver o outro lado da coisa antes de criar uma opinião própria.
scratch outro lado?

Ver o outro lado, no sentido de ver as outras opiniões sobre o assunto. No caso, as opiniões contrárias a Belo Monte, e as opiniões a favor. Criar um conceito próprio, antes de observar e estudar a situação por todos os lados, conhecer, é criar preconceito. Praticamente ficar cego.

Mais um vídeo, pra quem se interessar!
lcs.
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Mensagem por Boss2K Qui Dez 01, 2011 8:27 am

Nesta sexta-feira, dia 2, no Globo Reporter ...

http://g1.globo.com/globo-reporter/noticia/2011/11/globo-reporter-vai-mostrar-impactos-ambientais-causados-por-usinas.html


lcs.,

Quando me referi ao outro lado, quis dizer, ouvir os amazônidas ...

Trabalho no CENSIPAM (Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia), nome grande, bonito, em Brasília, que é dirigido por um gaúcho. O SIPAM, hoje no Ministério da Defesa, te garanto que, o que menos faz, é escutar o povo da região. Acham que podem resolver os problemas da região diretamente de seus escritórios com ar condicionado distantes do povo da floresta ... este é um lado

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Mensagem por lcs. Qui Dez 01, 2011 4:11 pm

Boss2K,

eles devem, com certeza, ser ouvidos. Mas acho que não devem ser os únicos. Belo Monte não vai ser uma construção só para a região amazônica, e sim para praticamente o Brasil inteiro. É um projeto para uma nação, e ela inteira deve ser ouvida.
lcs.
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Mensagem por Boss2K Qui Dez 01, 2011 5:42 pm

lcs. escreveu:É um projeto para uma nação, e ela inteira deve ser ouvida.
OK, vamos ao resumo do que já foi "ouvido";

Segundo documento do Centro de Estudos da Consultoria do Senado, que atende políticos da Casa, o potencial hidrelétrico do país é subutilizado e tem o duplo efeito perverso de levar ao uso substituto da energia termoelétrica - considerada "energia suja" e de gerar tarifas mais caras para os usuários, embora o uso da energia eólica não tenha sido citada no relatório. Por outro lado, o Ministério de Minas e Energia defende o uso das termoelétricas para garantir o fornecimento, especialmente em períodos de escassez de outras fontes.

O caso de Belo Monte envolve a construção de uma usina sem reservatório e que dependerá da sazonalidade das chuvas. Por isso, para alguns críticos, em época de cheia a usina deverá operar com metade da capacidade, mas, em tempo de seca, a geração pode ir um pouco abaixo de 4,5 mil MW, o que somado aos vários passivos sociais e ambientais coloca em xeque a viabilidade econômica do projeto.

Cronologia

1975

Iniciado os Estudos de Inventário Hidrelétrico da Bacia Hidrográfica do Rio Xingu.

1980

A Eletronorte começa a fazer estudos de viabilidade técnica e econômica do chamado Complexo Hidrelétrico de Altamira, formado pelas usinas de Babaquara e Kararaô.

1989

Durante o 1º Encontro dos Povos Indígenas do Xingu, realizado em fevereiro em Altamira (PA), a índia Tuíra, em sinal de protesto, levanta-se da plateia e encosta a lâmina de seu facão no rosto do presidente da Eletronorte, José Antonio Muniz, que fala sobre a construção da usina Kararaô (atual Belo Monte). A cena é reproduzida em jornais e torna-se histórica. O encontro teve a presença do cantor Sting. O nome Kararaô foi alterado para Belo Monte em sinal de respeito aos índios.

1994

O projeto é remodelado para tentar agradar ambientalistas e investidores estrangeiros. Uma das mudanças preserva a Área Indígena Paquiçamba de inundação.

2001

Divulgado um plano de emergência de US$ 30 bilhões para aumentar a oferta de energia no país, o que inclui a construção de 15 usinas hidrelétricas, entre elas Belo Monte. A Justiça Federal determina a suspensão dos Estudos de Impacto Ambiental (EIA) da usina.

2002

Contratada uma consultoria para definir a forma de venda do projeto de Belo Monte.[10] O presidente Fernando Henrique Cardoso critica ambientalistas e diz que a oposição à construção de usinas hidrelétricas atrapalha o País. O candidato à presidência Luiz Inácio Lula da Silva lança um documento intitulado O Lugar da Amazônia no Desenvolvimento do Brasil, que cita Belo Monte e especifica que "a matriz energética brasileira, que se apoia basicamente na hidroeletricidade, com megaobras de represamento de rios, tem afetado a Bacia Amazônica".

2006

O processo de análise do empreendimento é suspenso e impede que os estudos sobre os impactos ambientais da hidrelétrica prossigam até que os índios afetados pela obra fossem ouvidos pelo Congresso Nacional.

2007

Durante o Encontro Xingu para Sempre, índios entram em confronto com o responsável pelos estudos ambientais da hidrelétrica, Paulo Fernando Rezende, que fica ferido, com um corte no braço. Após o evento, o movimento elabora e divulga a Carta Xingu Vivo para Sempre, que especifica as ameaças ao Rio Xingu e apresenta um projeto de desenvolvimento para a região e exige sua implementação das autoridades públicas. O Tribunal Regional Federal da 1ª Região, de Brasília, autoriza a participação das empreiteiras Camargo Corrêa, Norberto Odebrecht e Andrade Gutierrez nos estudos de impacto ambiental da usina.

2009

A Justiça Federal suspende licenciamento e determina novas audiências para Belo Monte, conforme pedido do Ministério Público. O Ibama volta a analisar o projeto e o governo depende do licenciamento ambiental para poder realizar o leilão de concessão do projeto da hidrelétrica, previsto para 21 de dezembro. O secretário do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmerman, propõe que o leilão seja adiado para janeiro de 2010.

2010

A licença é publicada em 1º de fevereiro, e o governo marca o leilão para 20 de abril.

2011

Ibama concede ao Consórcio Norte Energia licença válida por 360 dias para a construção da infraestrutura que antecede a construção da usina.



O leilão para definição do construtor da Usina de Belo Monte estava previsto para ocorrer em 21 de dezembro de 2009. Remarcado para o dia 20 de abril de 2010, houve a primeira suspensão, conforme liminar da Justiça Federal do Pará a partir de recomendação do Ministério Público Federal paraense que aponta irregularidades no empreendimento. O Ministério Público paraense também move outra ação pública, que pretende derrubar a licença ambiental concedida à obra. O diretor de licenciamento do Ibama, Pedro Alberto Bignelli, entretanto, defende que a construção de Belo Monte não atinge diretamente as terras indígenas da região, o que contraria a decisão judicial que suspendeu a realização do leilão e determina que o Ibama conceda uma nova licença prévia ao empreendimento.

No dia 16 de abril de 2010, o Tribunal Regional Federal acatou recurso da Advocacia-Geral da União - que havia recorrido um dia antes - e anulou a liminar que suspendia o leilão. Portanto, a data de 20 de abril estava mantida, e o leilão ainda corria risco.

No dia 19 de abril de 2010, houve uma nova suspensão, conforme decisão do juiz Antonio Carlos Almeida Campelo que concedeu a liminar a partir de pedido do Ministério Público Federal. O juiz também mandou cancelar a licença prévia da obra e ressalta que a falta de dados sobre o projeto fere o princípio jurídico da precaução.

No dia seguinte, o dia do leilão, a Justiça cassou a liminar da suspensão, mas o advogado-geral da União, Luis Inácio Adams, disse que os processos judiciais contra a construção da usina não devem terminar com o leilão.

O leilão foi realizado em 10 minutos, em plena indefinição de uma nova liminar suspensiva, e foi vencido pelo Consórcio Norte Energia que ofereceu menor preço oferecido pela energia elétrica da futura usina.

Em abril de 2010, o governo brasileiro enfrentaria, pelo menos, 15 questionamentos judiciais sobre a viabilidade econômica da obra e os impactos sociais e ambientais na região, sendo 13 deles impetrados pelo Ministério Público Federal paraense. Ainda assim, o governo federal garante que, se preciso, construirá a usina sozinho.

Em 18 de fevereiro de 2011, a Nesa (Norte Energia S.A.) assinou o contrato com o consórcio vencedor no valor de R$ 13,8 bilhões para construção da usina, esperando obter um financiamento de R$ 19 bilhões para a obra orçada em R$ 25 bilhões.

Belo Monte deve começar a operar em fevereiro de 2015, mas as obras seguirão até 2019.


Impacto da obra


Greenpeace fez protesto no dia da realização do leilão.

A construção da usina tem opiniões conflitantes. As organizações sociais têm convicção de que o projeto tem graves problemas e lacunas na sua formação.

O movimento contrário à obra, encabeçado por ambientalistas e acadêmicos, defende que a construção da hidrelétrica irá provocar a alteração do regime de escoamento do rio, com redução do fluxo de água, afetando a flora e fauna locais e introduzindo diversos impactos socioeconômicos. Um estudo formado por 40 especialistas e 230 páginas defende que a usina não é viável dos pontos de vista social e ambiental.

Outro argumento é o fato de que a obra irá inundar permanentemente os igarapés Altamira e Ambé, que cortam a cidade de Altamira, e parte da área rural de Vitória do Xingu. A vazão da água a jusante do barramento do rio em Volta Grande do Xingu será reduzida e o transporte fluvial até o Rio Bacajá (um dos afluentes da margem direita do Xingu) será interrompido. Atualmente, este é o único meio de transporte para comunidades ribeirinhas e indígenas chegarem até Altamira, onde encontram médicos, dentistas e fazem seus negócios, como a venda de peixes e castanhas.

A alteração da vazão do rio, segundo os especialistas, altera todo o ciclo ecológico da região afetada que está condicionado ao regime de secas e cheias. A obra irá gerar regimes hidrológicos distintos para o rio. A região permanentemente alagada deverá impactar na vida de árvores, cujas raízes irão apodrecer. Estas árvores são a base da dieta de muitos peixes. Além disto, muitos peixes fazem a desova no regime de cheias, portanto, estima-se que na região seca haverá a redução nas espécies de peixes, impactando na pesca como atividade econômica e de subsistência de povos indígenas e ribeirinhos da região. De resto, as análises sobre o Estudo de Impacto Ambiental de Belo Monte feitas pelo Painel de Especialistas, que reúne pesquisadores e pesquisadoras de renomadas universidades do país, apontam que a construção da hidrelétrica vai implicar um caos social que seria causado pela migração de mais de 100 mil pessoas para a região e pelo deslocamento forçado de mais de 20 mil pessoas. Tais impactos, segundo o Painel, são acrescidos pela subestimação da população atingida e pela subestimação da área diretamente afetada.

Segundo documento do Centro de Estudos da Consultoria do Senado, que atende políticos da Casa, o potencial hidrelétrico do país é subutilizado e tem o duplo efeito perverso de levar ao uso substituto da energia termoelétrica - considerada "energia suja" e de gerar tarifas mais caras para os usuários, embora o uso da energia eólica não tenha sido citada no relatório. Por outro lado, o Ministério de Minas e Energia defende o uso das termoelétricas para garantir o fornecimento, especialmente em períodos de escassez de outras fontes.

O caso de Belo Monte envolve a construção de uma usina sem reservatório e que dependerá da sazonalidade das chuvas. Por isso, para alguns críticos, em época de cheia a usina deverá operar com metade da capacidade, mas, em tempo de seca, a geração pode ir um pouco abaixo de 4,5 mil MW, o que somado aos vários passivos sociais e ambientais coloca em xeque a viabilidade econômica do projeto.



Relatório do Ibama

O Relatório de Impacto Ambiental, encomendado pela Eletrobras e efetuado pela Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa, Odebrecht e Leme Engenharia, listou os impactos da hidrelétrica:

Geração de expectativas quanto ao futuro da população local e da região;
Geração de expectativas na população indígena;
Aumento da população e da ocupação desordenada do solo;
Aumento da pressão sobre as terras e áreas indígenas;
Aumento das necessidades por mercadorias e serviços, da oferta de trabalho e maior movimentação da economia;
Perda de imóveis e benfeitorias com transferência da população na área rural e perda de atividades produtivas;
Perda de imóveis e benfeitorias com transferência da População na área urbana e perda de atividades produtivas;
Melhorias dos acessos;
Mudanças na paisagem, causadas pela instalação da infra-estrutura de apoio e das obras principais;
Perda de vegetação e de ambientes naturais com mudanças na fauna, causada pela instalação da infra-estrutura de apoio e obras principais;
Aumento do barulho e da poeira com incômodo da população e da fauna, causado pela instalação da infraestrutura de apoio e das obras principais;
Mudanças no escoamento e na qualidade da água nos igarapés do trecho do reservatório dos canais, com mudanças nos peixes;
Alterações nas condições de acesso pelo Rio Xingu das comunidades Indígenas à Altamira, causadas pelas obras no Sítio Pimental;
Alteração da qualidade da água do Rio Xingu próximo ao Sítio Pimental e perda de fonte de renda e sustento para as populações indígenas;
Danos ao patrimônio arqueológico;
Interrupção temporária do escoamento da água no canal da margem esquerda do Xingu, no trecho entre a barragem principal e o núcleo de referência rural São Pedro durante 7 meses;
Perda de postos de trabalho e renda, causada pela desmobilização de mão de obra;
Retirada de vegetação, com perda de ambientes naturais e recursos extrativistas, causada pela formação dos reservatórios;
Mudanças na paisagem e perda de praias e áreas de lazer, causada pela formação dos reservatórios;
Inundação permanente dos abrigos da Gravura e Assurini e danos ao patrimônio arqueológico, causada pela formação dos reservatórios;
Perda de jazidas de argila devido à formação do reservatório do Xingu;
Mudanças nas espécies de peixes e no tipo de pesca, causada pela formação dos reservatórios;
Alteração na qualidade das águas dos igarapés de Altamira e no reservatório dos canais, causada pela formação dos reservatórios;
Interrupção de acessos viários pela formação do reservatório dos canais;
Interrupção de acessos na cidade de Altamira, causada pela formação do Reservatório do Xingu;
Mudanças nas condições de navegação, causada pela formação dos reservatórios;
Aumento da quantidade de energia a ser disponibilizada para o Sistema Interligado Nacional – SIN;
Dinamização da economia regional;
Interrupção da navegação no trecho de vazão reduzida nos períodos de seca;
Perda de ambientes para reprodução, alimentação e abrigo de peixes e outros animais no trecho de vazão reduzida;
Formação de poças, mudanças na qualidade das águas e criação de ambientes para mosquitos que transmitem doenças no trecho de vazão reduzida;
Prejuízos para a pesca e para outras fontes de renda e sustento no trecho de vazão reduzida.

Segundo a professora da UFPA Janice Muriel Cunha os impactos sobre a ictiofauna não foram esclarecidos ao não contemplar todas as espécies do Rio Xingu.

Outro professor da UFPA e doutor em ecologia, Hermes Fonsêca Medeiros, defende que a obra geraria milhares de empregos, mas, ao final dela, restariam apenas 900 postos de trabalho, o que levaria a população que se instalou na região ao envolvimento com o desmatamento, pois não há vocações econômicas desenvolvidas na região. A hidrelétrica irá, segundo ele, atingir 30 terras indígenas e 12 unidades de conservação. Outro detalhe, segundo o professor universitário, é que a hidrelétrica precisaria de outro Rio Xingu para produzir o ano todo.

O bispo austríaco Erwin Kräutler que há 45 anos atua na região considera o empreendimento um risco para os povos indígenas, visto que poderá faltar água ao desviar o curso para alimentar as barragens e mover as turbinas, além de retirar os índios do ambiente de origem e de inchar abruptamente a cidade de Altamira que pode ter a população duplicada com a hidrelétrica. Segundo o bispo, os problemas em Balbina e Tucuruí, que a princípio seriam considerados investimentos para as populações do entorno, não foram superados e servem de experiência para Belo Monte, já que os investimentos infraestruturais ou a exploração do ecoturismo - "no território mais indígena do Brasil" - poderiam acontecer sem a inserção e ampliação da hidrelétrica.

Os procuradores da República defendem que a construção da usina deveria ter sido aprovada por meio de lei federal, visto que a obra está em área indígena, especificamente em terras de Paquiçamba e Arara da Volta Grande, mas a Advocacia-Geral da União refuta esta possibilidade. Em 18 de agosto de 2011, o Ministério Público Federal no Pará entrou com uma nova ação pedindo suspensão da obra alegando invasão de terras dos juruna e arara, respectivamente. Caso a obra não seja suspensa, o MPF pede na ação que a Nesa indenize os índios.

Já o empresário Vilmar Soares, que vive em Altamira há 29 anos, acredita que a usina irá melhorar a qualidade de vida de Altamira, com o remanejamento da população das palafitas - área que será inundada - para moradias bem estruturadas em Vitória do Xingu, e que a usina maior seria acompanhada de outros investimentos, como geração de empregos, energia elétrica para a população rural (a maior parte da energia de de Altamira vem do diesel) e a pavimentação da Transamazônica que impulsionaria a destinação do cacau produzido na região.

Os defensores da obra, formados por empresários, políticos e moradores das cidades envolvidas pelo projeto, estimam que cerca de R$ 500 milhões sustentam o plano de desenvolvimento regional que estaria garantido com a usina. Essa injeção de recursos seria aplicada em geração de empregos, educação, desenvolvimento da agricultura e atração de indústrias. Acredita-se também que o empreendimento atrairá novos investidores para a região, considerada a única forma de alavancar o desenvolvimento de uma região carente de investimentos.

O presidente da Empresa de Pesquisa Energética, Maurício Tolmasquim, afirma que Belo Monte, um investimento equivalente a 19 vezes ao orçamento do Pará em 2010, será a salvação para a região e que as opiniões contrárias são preconceituosas, pois, segundo ele, a atual proposta envolve um terço da área original que seria alagada. O consumo de energia elétrica tende a aumentar e os investimentos com Belo Monte, segundo ele, serão necessários.

No entanto, outros defendem que estas perspectivas de demanda de desenvolvimento, geração de empregos e atração de investimentos para a região confrontam com o já existente estilo de vida viável e sustentável dos habitantes da região, baseado em sistemas agroflorestais e na exploração de recursos naturais. O deslocamento de uma comunidade de sua área de origem, cultura e meio de vida, como já observado em outros casos de deslocamento compulsório por hidrelétricas, podem não ser indenizáveis por programas de apoio ou dinheiro.

O físico, professor emérito da Universidade Estadual de Campinas e membro do conselho editorial do jornal Folha de S.Paulo, Rogério Cezar de Cerqueira Leite, disse que milhares de espécimes vão sucumbir, mas, em compensação, 20 milhões de brasileiros terão energia elétrica garantida.

O ex-ministro da Agricultura e coordenador do Centro de Agronegócio da Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Roberto Rodrigues, defende que o Brasil desperdiça, anualmente, o equivalente a três usinas de Belo Monte ao não utilizar o bagaço e a palha da cana-de-açúcar.


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Mensagem por Andrezinho Sex Dez 02, 2011 11:30 am

"Sr. Rogério Cezar Cerqueira Leite afirma que milhares de espécimes vão sucumbir, mas 20 milhões de brasileiros terão energia elétrica garantida." Pelo menos 4 meses do ano, né? Nos outros 8 meses, vão continuar queimando diesel.

Um detalhe que as pessoas não incluem nessa brincadeira: quando se alaga um determinado terreno desse porte, a vegetação submersa morre e apodrece, assim como milhares de animais!
Sem contar o prejuízo para a pesquisa arqueológica (sítios indígenas e etc.) e biológica (desaparecimento de várias espécias vegetais e animais, algumas talvez ainda não catalogadas), matéria orgânica em decomposição gera gases que contribuem para o efeito estufa. Aos milhões de toneladas... Isso torna a situação tão anti-ecológica quanto os lixões da periferia do Rio de Janeiro ou a queima poluidora das indústrias da década de 70/80...

No caso, eu sou radicalmente contra esta usina. Mas o que conta ai é apenas o velho conhecido "quanto eu levo com isso?" que nós já estamos acostumados!

Imagina Altamira virando um favelão de 120 mil pessoas, sem colégios, sem hospitais, sem postos de saúde, sem infraestrutura, sem segurança...

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