20 anos sem sucesso

Pessoal

Já li no caderno do Estado de São Paulo que o primeiro local onde mais tem produção musical no Brasil é na região de Goiânia.
Mas em Goiânia é especifico o rítimo que predomina: Sertanejo.
E tem gente ficando rico com esse rítimo musical (artistas, produtores, donos de casas noturnas, etc).

Mas acontece uma coisa incrível na minha região (Vale do Paraíba): surge a cada dia bandas tocando músicas que não atrai mídia, nem consumidores e nem atenção, e mesmo assim continua aparecendo essa grande infinidade de bandas.
Talvez o motivo seja que essas bandas tocam rock.

Aqui mesmo na minha região vem pessoal de Goiânia e faz show para 30.000 pessoas de músicas sertanejas. Mas mesmo assim, não surgem grupos sertanejos da região, mas as bandas de rock continuam aparecendo e se mantendo, muitas com 10 anos de idade ou mais, até 20.

Em contrapartida, shows de pop-rock são cada vez mais difícil, as casas médias (grandes não existem mais) fecham a cada semana. Mas sem a mínima lógica, para cada casa de rock que fecha, aparecem mais 3 bandas novas de pop-rock. Fazendo shows para 50 a 100 pessoas em bares que ainda insistem no estilo.

Sem apoio, sem local para tocar. Sem grana. E sem sentido.
Apenas o apoio de rádios locais ainda acontece. Tocando as músicas dessas centenas de bandas (inclusive a minha).

Uma única banda da região, Ultrage a Rigor, atingiu um sucesso verdadeiro e perene até hoje nesse estilo. Mas o Ultrage é mais antiga e começou no final dos anos 70.

As centenas de bandas do Vale que vieram depois do Ultrage quase chegam lá, mas depois de 1 ou 2 anos, ninguém mais ouve falar delas. A não ser aqui na região mesmo, onde essas bandas continuam tocando e levando suas carreiras as duras penas.

Esse fenômeno que estou contando é tão intrigrante e tão sem lógica que fizeram um documentário da história de 4 dessas bandas, que chegaram a ter músicas em novela da Globo, chegaram a fazer show internacionais, apareceram em Altas Horas, Jô Soares, Xuxa, etc... Mas que no fundo, não acontecem e continuam a tocar nos poucos bares daqui.

Triste mas é verdade...

Muito bom Maurício!
triste realidade, mas é isso aí, galera não baixa a cabeça e continua na luta!

Ps: tava lendo a história da banda expressão e fiquei de cara! muito massa, pena que não consegui ouvir as músicas, pq vocês não fazem um myspace?

Potz que coisa....Esses dias ainda, pensei em falar c vc mauricio p saber de lugares q vc toca por ai, pegar uns contatos e tentar difundir a Zé Carioca ai no vale. é perto de SP, é bom ir ampliando os horizontes....Confesso q essa noticia é meio brochante kkkk O rock ta na veia, não tem jeito, quem curte rock mesmo dificilmente encara uma vida ai tocando sertanejo ou outros generos, uma hora ou outra vai dar no saco...não generalizando, conheço um guitarrista q so curti metal e hj faz sucesso no sertenejo...
Nessas horas eu acho bom estar aqui em Sampa...as BOAS casas estão dando bastante espaço pra trabalhos autorais e covers, sendo o cover mais bem aceito ainda. ( nós fazemos cover, mas ja temos autoral tb). Enfim...continue na batalha guerreiro!
abçs

MAs pior é aqui em Brasília que so aparece coisa ruim e ainda dizem que é alguma coisa de rock, que beleza foi escutar a banda Made in Brazil, patrulha do espaço, em um festival por aqui, e a Made de sampa, melhor do rock que o Brasil tem.

Eu acho que isso vale no país todo.

Aqui em Curitiba tb surgem bandas que investem no rock e no pop, mas quais as casas que lotam: que fazem bailões sertanejos. Quem paga mais? Bandas sertanejas. Estão à caça de baixistas aqui, só que pra tocar sertanejo. Ah, mas alguns querem que você toque de graça.

Se Goiânia produzisse música com a mesma qualidade que é produzida em Nashville eu nem reclamava, mas...

E eu aqui querendo montar uma banda de country/pop. Tô vendo que não vai dar certo.

Assisti aos vídeos e achei muito bom o conteudo e a produção dos mesmos!

Sobre a cena rock no vale e no Brasil:

Justamente se ver é que há várias bandas boas no vale, mas o que falta é uma cena organizada. A pouco tempo eu ouvia luxuria se não me engano na trilha de Malhação da Globo, música boa, mas desapareceu. Vejo que em Brasília teve uma cena muito legal do rock nacional nos anos 80 e aqui no Recife nos 90 com o movimento Mangue Beat, mas isso era uma cena que basicamente é o surgimento em conjunto de bandas e a irmandade dessas bandas até hoje é forte. Há bandas muito boas no vale e Brasil sim, mas como a internet tornou tudo mais fácil, consequentemente, tudo é mais rápido e mais dificil de se tornar um "movimento"; veja os emos por exemplo, os cars já são tratados como ultrapassados! por! esse movimento nem durou uns 3 anos isso só mostra que nosso mercado consumidor não tá muito ligado em algum tipo de rock.
Enquanto isso a trilha das novelas ou novelinhas são dominadas por músiquinhas de artistas de uma grande gravadora que paga um jabá ou as "divas" e "rappear's" internacionais com músicas de gosto discutivel.

^não concordo com cena dos anos 80 em Brasilia, cara com certeza teve muitas coisas melhores que posso chamar de rock do que aquela coisa que dizia ser rock e era punk de butique....

Bem pelo que eu sei no Brasil a cena de Brasilia foi intitulada Rock eu só to dizendo que a mídia propagou e ficou conhecida como rock de Brasília, pois se analisar direitinho a sim dirvegencias como vc disse, só tô dizendo o que enclodiu. Aqui mesmo no Recife a mídia considera o mombojó, mundo livre s/a ou qualquer banda que surge aqui como Mangue Beat quando não nada a ver com o movimento.

abraço

Realmente a coisa é triste. Mas acho que esses músicos (ao qual eu me incluo) são é guerreiros!
O rock não vai morrer. Mas sucesso como nos anos 80 não fará mais.
É duro, mas o Brasil é a terra do Sertanejo e não do rock.
Até o axé acho que vai passar. Mas o sertanejo vai ficar, pois já estava ai antes até da jovem guarda.

O Brasil não é a terra do Samba. É a terra do Sertanejo!
E vamos que vamos, e sem sucesso!

Maurício,
concordo com vc que os 80 foi o ano do rock no Brasil e acho muito dificil voltar uma cena como aquela.
O sertanejo se expande cada vez mais, mas sem preconceitos acho que esse é o momento dos sertanejos e aqui no Nordeste o que mais rola são as bandas de Forró estilizadas como: Aviões do forró, calcinha preta, etc...

Valorizo os músicos que tocam nesses grupos, pois são excelentes músicos, mas o que se ver nessa nova onda da música Brasileira é que o que menos importa é música. Parece que acabou a criatividade, tudo é muito igual e superficial.

Mauricio,
Muito bom o tema deste post, é uma triste realidade, mas não podemos desistir.
Tb é uma forma de mantermos a memória viva, o povo em geral não tem memória, tudo é muito descartavel.

Maurício,
É muito triste ver isso.

Vi todos os vídeos, excelente conteúdo, mas não deixa de ser triste.
Triste realidade do Rock and Roll no Brasil.
Infelizmente nos dias de hoje o Rock não tem mais espaço no Brasil.

O que é bom não aparece e as únicas que aparecem são as Bonadio's Band (alusão ao Produtor), que pra mim poderiam ser intituladas de qualquer coisa menos Rock and Roll.

É dificil admitir mas o Espaço que o Sertanejo, Axé e seus derivados tem no Brasil é o mesmo Espaço que o Rock and Roll tem na Europa.

Para se ver a situação atual, fui no João Rock, um festival que no início era Rock e hoje é Pop Rock, que acontece todos os anos na cidade de Ribeirão Preto/SP e da uma olhada nas Bandas: NX Zero, Marcelo D2, Pitty, Charlie Brow, Rita Lee (Cantando Playback)... pra mim a única que se salvou foi o Capital Inicial... que cantou vários clássicos das antigas.

Eu aqui na Terra dos Caipira (não reclamando ou deboxando)... também "pelejo" com o Rock and Roll.

Fazer o quê?! Isso foi o que escolhi pra amar!

Fica aquela velha frase: "Vida longa ao Rock and Roll".

Abraços!

Valeu João Marcel! Long Life to rock and roll !